Você se considera perfeito? E aquela pessoa da sua escola, do seu trabalho que sempre é elogiada pelos outros por fazer tudo correto, você a considera perfeita?
Eu não. A perfeição ultimamente tem sido tão requisitada e valorizada pela sociedade, que até os defeitos devem se tornar perfeitos diante dos olhos dos outros. Aonde eu quero chegar com isso? Quero chegar no fardo da perfeição...
Se você já viu o filme "Black Swan" (Cisne Negro) com Natalie Portman, com certeza você saiu com a sensação horrível de que a personagem dela possui diversos problemas mentais e por isso foi tão longe com seu sonho/pesadelo. Mas não consigo ver o filme dessa forma.
No meu ponto de vista, o ponto crucial desse filme é abordar a luta interna de uma pessoa que sofre com a pressão social de ser perfeita. Acredito que é no momento em que a perfeição a sufoca que a personagem se sente na obrigação de mostrar como pode ser perfeita frente aos outros, porém uma carrasca com sua própria natureza. E é essa demanda de perfeição que a consome durante todo o filme.
Outro filme que mostra o quão cruel pode se tornar a busca excessiva rumo a perfeição é "Whiplash", que apesar de eu ter odiado, ainda admiro a tentativa inovadora. Nele a história de um baterista, cujo excesso também de pressão para ser perfeito, é contada de um modo tão real e ao mesmo tempo dramático, que as vezes senti até dor no coração de tanta aflição.
O que quero dizer com tudo isso é que: ninguém é perfeito! Sei, é clichê essa frase, mas é a pura verdade. Ser perfeito consome as energias da pessoa, a robotiza, deprime e a faz criar uma pressão sobrenatural sobre si mesma, que só a quem já foi exigida a perfeição consegue entender o que eu falo.
Não somos perfeitos, nem nunca seremos. São essas nossas imperfeições e defeitos que fazem com que tenhamos uma personalidade diferente e uma maturidade gradativamente formada.
Abaixo estão os trailers dos dois filmes citados nesse post, se você ainda não viu, corre para ver!:
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